Sinto-me outra vez um nada.
Sem rimas, sem versos, calada,
me afogando num rio de lágrimas
que escorre pelo meu rosto abatido.
Sinto-me um punhado vazio
de palavras sem nenhum sentido:
que juntas não fazem poesia
e soltas parecem castigo.
Sou o meu próprio fiasco
Aguardando o rufar dos tambores:
Prazer, sou um corpo sombrio
Vagando num jardim de
horrores.
Tornei-me o que desaprovo,
Em mim mesma jazo
perdida
Tornei-me o que mais condeno,
Pobre alma amortecida!
Sentindo o meu próprio
repúdio
Tomada por enorme tristura,
trago uma porção de bravura,
e deixo aqui minha despedida.
Há quem diga que é loucura,
Há quem entenda minha partida:
Apenas queria livrar-me da dor,
jamais quis abster-me da vida.
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