o inteiro incompleto
do abstrato que sinto - o amor -
contempla
a ausência do recíproco:
cumpre mal (e solitário) o dever de dois.
coexiste com o próprio vazio,
sabotando o próprio êxito:
se por essência é companhia,
paradoxo de si mesmo,
invade o espaço de outrem
- e abeira-se à solidão.
o insucesso de sentir sozinha
traduz-se em pura poesia,
preenchendo o oco frustrante
da culpa - que me recaía -
por não bastar para mais de um.