Nunca vi
Olhar mais sem brilho
Nem sorriso mais triste.
Nunca a vi
Tão entregue aos tormentos
Da sua angustiada psique.
Nunca vi
Um tão esgotado corpo,
Que mais parece doença...
Nunca a vi
Tão desgostosa da vida,
Assinando a própria sentença:
Autocondenando-se a uma vida insípida,
Com um viver quase mecânico
Apenas por viver, e só.
Valendo-se de falhos disfarces
Para esconder inquietudes da mente
Pra ninguém se assustar nem ter dó:
se assustar com ideias tão mortas
nem ter dó do
quão forte é a dor.
Nunca a vi
Ainda assim, tão forte,
Tão audaz frente às próprias fraquezas.
Nunca vi
Alguém frágil e tão fria:
Dois extremos, mas com sutileza.
Nunca a vi
Tão ela, tão esplendidamente:
Serenidade e desassossego...
Contradição, definitivamente.