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domingo, 11 de maio de 2014

Biografia de alguém sem nome

Despencou do seu altar ainda cedo
Teve seus sonhos despejados na calçada
Aos dezesseis ela já estava perdida
Em um céu roxo que já não cantava nada.
Agora, aos vinte, ela não sabe aonde vai
Anda perdida, andeja em busca de paz
Pra aliviar os cortes que ardem no seu pulso,
Pra se livrar da dor que inevitavelmente atrai.
Vive numa sombra que é pintada de cor negra
De cor negra como a cor dos pesadelos
Evita o mundo, se esconde de si mesma
Sufoca os gritos do seu próprio desespero.
Avalia as unhas pintadas de medo
Contando os dedos encolhida no escuro:
Só mais um sedativo, está na hora de dormir:
se apaga a luz que vem dos seus olhos vermelhos.
É uma estranha que conversa com as paredes
Que ri e chora ao mesmo tempo em seus delírios
Procura a morte (o seu anelo alienado):
Seu universo se resume ao suicídio.