Meus olhos estão pesados,
e já não sei mais se é sono
ou se apenas estão cansados
de tanto chorar.
Sinto a cabeça rodando,
meus pensamentos soltos,
deambulando entre o que já foi
e o que ainda virá.
Meu corpo exausto e cheio de dores
que mais se
parecem as dores
que minh’alma sente,
já está esgotado de tanto aguentar
o peso dos meus desejos abandonados,
dos meus sonhos frustrados
pelos desencontros da vida,
que incansavelmente
contraria meus anseios.
E não há remédio que cure,
nem nada capaz de aliviar
as dores causadas pela carga
que repousa em meus ombros.
Talvez o corpo dolorido
seja apenas a solução da alma
para sofrer sem doer, sem riscos,
pra conseguir manter a calma:
Porque a dor
física incomoda,
mas uma alma com dor mata.