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segunda-feira, 11 de março de 2013

Disfarce


Olhando você de longe,
Esse seu jeito arrogante
Prepotente, irritante,
Cheio de manias e vícios
Tem causado um rebuliço
Dentro dos meus pensamentos:
Sua arrogância me arrepia,
seu desprezo me agonia
e me faz sentir desejo:
quanto mais eu te detesto
menos eu resisto
ao onírico paraíso
que se esconde no  seu beijo.
Já não sei se é seu desdém,
Ou esse seu de ar de deboche,
Que me faz, feito um fantoche,
Render-me ao seu feitiço.
Não que acolha seu desprezo,
Nem que aceite um desabrigo,
Mas sei que não há perigo
de me deixar em desamparo.
E por mais que você negue,
seus olhos entregam, meu caro:
por detrás do pouco-caso,
Latente no seu jeito amargo,
Sustenta por mim desmesurado amor.
E se desconfiam, diz que é boato
mal sabem eles que dentro do quarto
a gente se entrega sem nenhum pudor.
E esse teatro não leva a nada,
Você me adora, tá na cara,
Não se pode esconder sentimento assim.
Você nega para outrem
Mas não o domina:
No fim das contas, a sua sina
Sempre será se render a mim.





quinta-feira, 7 de março de 2013

Palavras malditas

Cada palavra mal dita
Levou uma parte de mim.
Cada promessa esquecida, 
Me tornou uma pessoa assim
Assim sem graça,
Assim sem vida,
Assim sem chão,
Sem rumo, sem prumo, 
Vagando pelo mundo 
Atrás de solução
Para uma “desvida”,
Imprópria, indevida
Cheia de vazios, e nãos.
Mas cansei, 
Decidi esquecer, 
As malditas palavras
Vindas de você.
Notei que a solução
Era fingir um não-ser:
Não ser mais bobo,
Fingir ser mouco,
Bancar o louco
Lavar o rosto,
Sentir um pouco
Do gosto
Que é me amar.